Proativo é ser responsável e ter iniciativa

 

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“PRECE DA SERENIDADE”

 

Concedei-me, Senhor, a Serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar;

Coragem para modificar aquelas que posso

E Sabedoria para distinguir umas das outras!

Sabedoria para saber se o problema pode ser resolvido ou se são problemas sem solução.

 

PROBLEMAS E OPORTUNIDADES

 

Na trajetória da vida há problemas e oportunidades. Somos mais orientados para os problemas do que para as oportunidades, o que não é a melhor estratégia.

Problemas são coisas que queremos evitar enquanto as oportunidades representam aquilo que queremos alcançar. É certo que não podemos desconsiderar os problemas, mas apenas quando são entraves para concretizarmos as oportunidades da vida.

Um requisito importante para uma adequada formulação de objetivos que queremos alcançar é que representem o que queremos alcançar e não coisas a serem evitadas ou afastadas. Contudo, quando estivermos diante dos problemas podemos considerar o ensinamento contido na “Prece da Serenidade”.

 

A IMPORTÂNCIA DA PRECE DA SERENIDADE E DE SER PROATIVO

 

A “Prece da Serenidade” expressa aspectos que poderemos considerar quando estivermos diante de problemas.

Ela nos diz a respeito de problemas que têm e daqueles que não têm solução e da sabedoria para distinguir os dois tipos.

Além da capacidade para distinguir os dois tipos de problemas é importante assumir atitudes que caracterizam as pessoas proativas e não aquelas preferidas pelas pessoas reativas.

 

PROATIVO

 

O proativo procura identificar as oportunidades para escolher as melhores opções que permitam solucionar os problemas ou mudar as coisas. É natureza do proativo concentrar-se no que  pode ser mudado e tem especial preferência pelas oportunidades.

O proativo possui capacidade de influenciar as pessoas e assume o papel de líder para mobilizar pessoas e equipes em torno de suas ações e objetivos. Com equilíbrio e serenidade identifica as coisas que não podem ser mudadas e no lugar da revolta possui a capacidade de aceitá-las.

Aceitar significa não gastar energias inutilmente, reserva-as para os problemas que podem ser resolvidos e para as coisas que podem ser mudadas.

 

REATIVO

 

Aqueles que ficam presos nas coisas que não podem ser mudadas são os que conhecemos como reativos, não tomam iniciativas, não assumem responsabilidades. Apresentam-se como vítimas das circunstâncias, das situações, do ambiente, da educação que tiveram. Essa atitude estimula os hábitos de reclamação, cobrança e crítica feroz porque o reativo não assume responsabilidade e identifica a origem de seus desconfortos no que as pessoas fazem ou deixam de fazer.

No lugar de agir entendem que reagir é a única forma de conduzir a vida, não percebem as oportunidades de fazer escolhas que podem conduzir a outro tipo de comportamento e atitude.

Isto não significa, entretanto, que não existam situações em que reagir é adequado.

Quando encostarmos a mão em algo que possa queimar o melhor é uma reação imediata, não é um momento para refletirmos e fazermos escolha para definir a reação adequada.

Quando dirigimos um automóvel, diante da necessidade de frear o carro, mudar a direção, sinalizar e fazer qualquer coisa desse tipo, a reação é o melhor que temos por fazer.

Quando automatizamos os procedimentos, o que se espera é que façamos isso com hábitos e habilidades que sejam úteis e que possam favorecer a qualidade de nossa vida. Entretanto existem hábitos instalados que nos levam a reagir de uma maneira impulsiva que traz problemas.

Quantas vezes já ouvimos a recomendação “conte até dez”, “respire profundamente” para que haja espaço entre “estímulo” e “reação” capaz de oferecer oportunidade de fazer escolhas.

 Diante de um estímulo podemos ter diversas reações. Se não reagirmos impulsivamente teremos a possibilidade de escolher a que seja melhor e isso tem importância muito grande nos relacionamentos. Enquanto afastar a mão do fogo de forma rápida e impulsiva nos ajuda, diante de observação de uma pessoa uma reação impulsiva pode trazer consequências desagradáveis.

Portanto, a reatividade nos relacionamentos manifestada em comportamento impulsivo só trará dificuldades.  

 

COISAS OU PROBLEMAS QUE PODEM SER MUDADOS

 

As coisas que podem ser mudadas ou os problemas que podem ser resolvidos são de duas espécies: resultado mediante controle direto ou indireto.

 

CONTROLE DIRETO

 

Estou tranquilamente lendo jornal sentado em uma poltrona em minha sala quando um forte vento entra pela janela e representa um desconforto, vou e fecho a janela. Estou com sede, levanto-me, vou até a cozinha, abro a geladeira, pego uma garrafa de água gelada e bebo quanto for necessário. Essas são situações sobre as quais temos controle direto sobre as ações que produzem os resultados pretendidos.

Na vida, entretanto, é mais frequente que a mudança de coisas, a resolução de problemas como a obtenção do que queremos, dependa mais de nossa capacidade de influenciar por não termos controle direto.

 

CONTROLE INDIRETO

 

Digo ao meu chefe que quero receber um aumento salarial por entender que mereço esse benefício. Terei controle sobre o que o chefe irá fazer? Não, ele poderá concordar ou não, mas posso fazer coisas sobre as quais tenho controle direto e que consigam influenciar a decisão dele.

O proativo optará por influenciar e o reativo fará o pedido como se tivesse o controle direto. O proativo considera as possibilidades de fazer coisas que tenha o controle direto e que possam influenciar a decisão do chefe. Lembra-se de um trabalho que em diversas oportunidades o chefe manifestou o interesse que fosse realizado. Um relatório sobre potencialidades do mercado, por exemplo.

Poderiam ser outras coisas como chegar sempre no horário, atender às convocações para realizar trabalho extra.

Outro exemplo, quero que minha esposa seja mais atenciosa. Tenho controle sobre isso? Não tenho, entretanto posso começar a imaginar uma série de coisas que pode predispô-la a oferecer melhor tratamento. Posso oferecer flores e sobre isso tenho total controle.

Essa maneira de encaminhar a questão não é certeza de sucesso, porém sempre que estiver diante de coisas que podem ser mudadas apenas mediante controle indireto, a alternativa é fazer coisas que possam influenciar.

Ter habilidade para influenciar é especialmente importante nos relacionamentos porque não temos controle sobre o outro.

 

NOS RELACIONAMENTOS, PROCURAR INFLUENCIAR

 

Podemos acreditar que temos a capacidade de mudar as pessoas através de ações de controle direto e isso é impossível, o ser humano é portador do livre-arbítrio.

Quem sabe o castigo e a punição que podemos aplicar, como possibilidade de controle direto, é que nos leva a acreditar que temos o poder para mudar as pessoas. Sem dúvida, podemos obrigar as pessoas pelo constrangimento a determinados comportamentos e atitudes, porém cessada a coação veremos que não houve mudança.

Podemos pressionar a pessoas, ameaçar, constranger para que façam o que queremos. O chefe pode dizer ao funcionário para que faça o que quer ou será demitido ou não terá aumento. Provavelmente conseguirá por ter a possibilidade de criar constrangimentos, mas terá a pessoa como amiga? Não terá, bom é quando sabemos influenciar de forma que as pessoas façam o que queremos de boa vontade e também sejam nossas amigas.

 

PROATIVIDADE E REATIVIDADE NOS RELACIONAMENTOS

 

Ser proativo é assumir responsabilidade e ter iniciativa e isso é especialmente importante nos relacionamentos. Quando assumimos uma atitude reativa a propensão é atribuir responsabilidade pelo sucesso ou fracasso nos relacionamentos às pessoas com quem nos relacionamos.

O reativo permanece no equívoco de querer mudar o outro como se isso estivesse sob seu controle direto. Para alcançar esse objetivo, começa  a cobrar, reclamar e criticar. Entende até que é sua obrigação mudar o outro e insiste, mesmo diante dos resultados negativos que criam barreiras capazes de impedir a criação de vínculos de amizade.

A única possibilidade real de contribuir em favor da mudança das pessoas é através de nossa influência que precisa estar de acordo com a Lei de Ouro que ensina fazer aos outros o mesmo que queremos para nós. É claro que a influência também pode conter aspectos negativos, porém a abordagem correta leva em consideração a necessidade de ajustamento às Leis Divinas.

 

NOSSAS LIMITAÇÕES PARA INFLUENCIAR

 

Em relação a influenciar as pessoas, muitas vezes começamos apresentando nossos argumentos e sem sucesso caminhamos para a discussão, para uma contenda verbal e, não demora muito, aquilo vira uma situação negativa.

Quando utilizamos os procedimentos coercitivos e procuramos ameaçar as pessoas podemos conseguir, na medida em que tenhamos o poder de concretizar as ameaças, que as pessoas constrangidamente atendam nossas solicitações, mas não teremos o ganho maior que é tê-las como nossas amigas. Ao contrário, é possível que aquele que se vê constrangido não se tornar amigo como ainda poderá ser adversário e colocar-se em nosso caminho para dificultar o que procuramos realizar.

 Pode não haver mais como constranger e com a libertação surge o afastamento de pessoas que dificilmente serão amigas. Estabelecer vínculos de confiança com essas pessoas pode até acontecer, mas com grande dificuldade.

Temos em nossas possibilidades de influenciar poucos recursos ou quase nenhum. Precisamos desenvolver a capacidade de influenciar as pessoas. Cada situação irá requerer que sejamos criativos.

Capacidade de relacionamento que nos leva, portanto, a uma convivência produtiva na vida leva-nos a buscar por dois resultados: fazer com que as pessoas sejam nossas amigas e influenciá-las com o propósito de que se disponham a nos atender de boa vontade.

Busquemos, portanto, proativos assumindo nossas responsabilidades e tendo iniciativa para enriquecermos nosso convívio com as pessoas.

 

 

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