Pessoas difíceis
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rev COMO SER TOLERANTE Quando fazemos preces a Deus e pedimos tolerância, Ele coloca pessoas difíceis em nossas vidas. Essa é a oportunidade para o treinamento da arte nos relacionamentos em seu nível mais elevado. Ao conseguirmos conquistar ou conviver de maneira harmoniosa com essas pessoas, teremos amplas possibilidades de sucesso com todas as pessoas. Justifica-se o esforço para superarmos as dificuldades nesse tipo de relacionamento, pois essas pessoas podem ser importantes especialmente no convívio familiar e profissional.
ROMPER RELACIONAMENTOS É RECURSO EXTREMO
O afastamento ou mesmo rompimento das relações com essas pessoas produz situações desagradáveis. No convívio social, onde os laços são menos importantes, podemos evitar o contato com pessoas que nos sejam desagradáveis. Porém quando essas pessoas forem pais, mães, cônjuges, filhos ou irmãos, o rompimento provoca sofrimentos para os envolvidos. Na vida profissional muitos circulam de um emprego para outro por não possuírem habilidade para o convívio com chefes, subordinados ou colegas que ofereçam dificuldades. Quando a dificuldade de relacionamento não é superada e as pessoas desistem de seus compromissos, familiares, profissionais ou de outro tipo, e buscam novas situações é provável que voltem a experimentar a mesma condição. Isto não significa que não existam situações agudas que requeiram o afastamento, porém essa alternativa deve sempre ser considerada como recurso extremo. A busca do sucesso nos relacionamentos exige que sejam mantidas a nossa integridade física, moral e emocional. Portanto, não se trata de sujeição ao outro e sim de preservação do respeito e da dignidade de todos os envolvidos.
RELACIONAMENTOS DIFÍCEIS SÃO LIÇÕES IMPORTANTES
Na medida em que formos bem sucedidos nos relacionamentos com as pessoas difíceis, veremos que essas situações irão acontecer com menor frequência ou mesmo desaparecer de nossas vidas. Findo o aprendizado não se justificaria a manutenção das mesmas lições. Convém lembrar que as dificuldades de relacionamentos e outras que encontramos sempre chegam com o propósito de aprendizado e não como instrumentos de punição. Deus em sua infinita sabedoria e amor oferece por Suas leis indicações seguras para nossa jornada evolutiva, a pedagogia é de amor e não de castigo. Quando buscamos motivação nos ensinamentos cristãos para sabermos lidar com as pessoas, teremos a orientação máxima para nossos comportamentos e atitudes que é de “amar o próximo como a nós mesmos”.
REGRA DE OURO E A LEI DA SEMEADURA
Talvez tenhamos dificuldades em reunir forças e razões para amar pessoas que possam até estar interessadas em nos prejudicar. Entretanto, podemos combinar dois ensinamentos de Jesus - a Regra de Ouro e a Lei da Semeadura – e facilitar a adoção de comportamentos e atitudes favoráveis às pessoas, independentemente de serem difíceis ou fáceis nos relacionamentos. A Regra de Ouro corresponde a fazermos aos outros o mesmo que queremos para nós e a Lei da Semeadura determina que tudo o que semearmos resultará em colheita obrigatória. Ao adotarmos a Lei de Ouro teremos assegurada boa colheita. Em contraposição, sempre que nossos comportamentos e atitudes forem desfavoráveis às pessoas com que nos relacionamos, surgirão colheitas negativas. A boa semeadura se impõe como condição única para alcançar o propósito da vida, a felicidade. O campo de maior fertilidade para essa semeadura é o relacionamento, o ponto de encontro dos irmãos, filhos de um mesmo Pai. Nossos parceiros na família, nas organizações, na sociedade.
QUEM É DIFÍCIL?
Temos facilidade em reconhecer entre os outros as pessoas de difícil relacionamento e esquecemos que nós podemos ser uma delas. Observar as nossas resistências é importante passo para superar as dificuldades com os outros. Habilitar-se nos relacionamentos difíceis leva-nos a reconhecer nossas virtudes e fraquezas. Cultivar nossas virtudes é oferecer melhores condições para os que buscam a nossa convivência ou nos encontros esporádicos. A designação “pessoas difíceis” talvez possa ser substituída por “dificuldades nos relacionamentos”. Acredito que as pessoas apresentam mais ou menos dificuldades nos relacionamentos, porém é comum a existência de algum tipo de dificuldade. Mesmo nos relacionamentos tidos como harmoniosos ocorrem dificuldades. As pessoas são diferentes e temos dificuldade para aceitá-las. A dificuldade pode ser: Sistemática ou acorrer em situações específicas. Permanente ou temporária. Originária do contato inicial ou surgir pelo desgaste da convivência. CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS DIFÍCEIS
As dificuldades podem estar associadas a uma ou várias características das apresentadas a seguir: Dominadoras e controladoras Agressivas e duras Desconfiadas Caladas Mártires Com mania de grandeza Pessimistas e negativistas Dramáticas Intolerantes
Essa tipologia consta do livro “A arte de lidar com as pessoas”, de Jamil Albuquerque.
AQUECIMENTO INICIAL
Num encontro, reunião ou telefonema é de grande importância procurar estabelecer um clima inicial favorável ou pelo menos neutro. Isso é possível ao se destacar questões de interesse dos envolvidos e que representam pontos de concordância ou aceitação. Obter muitos “sim” poderá reduzir muitos “não”. É o momento para se criar empatia na comunicação, possível de se obter com uso de práticas ensinadas pela PNL-Programação Neurolinguística.
PRIMEIRO COMPREENDER PARA DEPOIS SER COMPREENDIDO
Compreender o outro é habilidade que permite reconhecer com fidelidade a posição do outro, não se trata de aceitar ou rejeitar aquilo que é apresentado. Requer a empatia, saber ouvir e que o outro seja aceito. A empatia surge quando os envolvidos nas negociações e relacionamentos são respeitados e considerados. A capacidade de ouvir tem por objetivo compreender e não responder e mesmo agredir o outro. Em situações de conflito desaparece o parceiro para surgir o oponente, quem sabe o inimigo. O excelente exemplo da capacidade de ouvir pode ser apreciado no trabalho dos voluntários do CVV-Centro de Valorização da Vida. Aceitar o outro significa criar espaço para que os relacionamentos e as negociações possam prosperar sem que se busque mudar, ajustar o outro. Evitar o que pode ser apreciado na metáfora “Leito de Procusto”. Esse ser mitológico coloca as pessoas em uma cama, e para ajustá-las ao comprimento desta são esticadas ou cortadas. Quando a aceitação não é praticada nos relacionamentos, as diferenças são ajustadas para que o outro fique do mesmo tamanho, ou seja, que tenha as mesmas ideias, necessidades e desejos. Quando há o empenho em compreender o outro, a maior parte dos desajustes desaparecem, em muitas situações as divergências são totalmente eliminadas.
GANHA/GANHA OU VENCER/VENCER
A análise desse aspecto será favorecida quando os relacionamentos são considerados como um processo de negociação. Nos negócios e nos relacionamentos há trocas materiais, afetivas e emocionais. Os afetos e as emoções estão sempre presentes, mesmo quando as trocas sejam de bens materiais ou de serviços. Quando prevalece a competição, as trocas se caracterizam como um processo onde há vencedor e perdedor, Ganha / Perde ou mesmo Perde / Ganha. Quando há vencedores e perdedores criam-se condições para que o processo não mais se realize ao provocar rompimentos definitivos, ou ensejará que em nova oportunidade o perdedor reforce sua disposição de não sucumbir novamente. Podem resultar em escaladas de um verdadeiro conflito de consequências desastrosas como são as guerras. Quando um dos lados coloca-se, por sua conta, em posição de fraqueza, surge a condição Perde / Ganha, posição da vítima. Também não cria condições favoráveis para novas negociações e continuidade dos relacionamentos. O que fazer quando surgem as divergências? As partes envolvidas devem ceder o suficiente para que surja proposta intermediária, suficiente para provocar concordância? Ceder é o mesmo que perder, se as partes cedem acontece a condição Perde / Perde. A sinergia e o interesse de se buscar compreender o outro permite chegar à terceira alternativa: “não é a minha e não é a sua, é a nossa alternativa”. Será superior a todas que foram apresentadas, é a criatividade em ação. As posições prévias são abandonadas por possibilidades superiores. As parcerias são reforçadas, a realização de novos negócios e o aprofundamento dos relacionamentos é o resultado natural. Como recurso último, em situações sem alternativas superiores, pode-se adotar a seguinte posição: “Ganha / Ganha ou nada feito”. Aguarda-se melhor oportunidade ou o afastamento se dá sem rompimentos definitivos, não ficam mágoas e ressentimentos, as portas ficam sempre abertas.
A ÚNICA MANEIRA DE VENCER UMA DISCUSSÃO É EVITANDO-A
Devemos entender a discussão como um processo de confrontação. Não há como obter resultados positivos, pois, no final, se é que haverá um fim, haverá um vencedor e um perdedor ou mesmo dois perdedores. Os procedimentos anteriores representam a oportunidade para evitar a discussão e a confrontação. As discussões no lugar de eliminar divergências costumam acrescentar novos problemas, muitos deles insignificâncias e picuinhas. As discussões provocam a perda de foco da questão principal e se perdem nos detalhes ou em aspectos improdutivos. Comumente deixa-se a divergência de lado e surge como alvo a integridade das pessoas envolvidas. O respeito ao outro deve estar presente, jamais humilhar o outro, contudo sem ser submisso. Pontos de vista diferentes devem ser apresentados sem que representem ataques que busquem evidenciar o erro do outro. Buscar solução mediante a ampliação de alternativas. Por outro lado, ignore os ataques que possa estar recebendo; porém, diante de impasses, antes que as coisas fiquem fora de controle, tenhamos a coragem de interromper o processo.
PERGUNTAS
Saber fazer perguntas é importante habilidade. Com elas podemos:
· Estimular as pessoas caladas a falarem. Para isso devemos formulá-las de forma aberta, evitando que pareçam um interrogatório. · Buscar informações adicionais para entendermos a posição do outro. · Orientar perguntas que requeiram respostas que possam apresentar soluções. · Levar uma pessoa de uma posição de lamentações, reclamações, críticas para outra que produza harmonia. As perguntas devem focar área de interesse da pessoa e ela se sinta confortável.
PACIÊNCIA E TOLERÂNCIA
A paciência e a tolerância requerem que mantenhamos controle emocional. Essa condição favorece que tenhamos condição de seguir o melhor caminho e também influencia para que o outro se mantenha em melhores condições. Quando a situação permitir, usaremos o humor como importante recurso para suavizar o envolvimento de todos.
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