Há vítimas ou apenas responsáveis?
rev A VÍTIMA Vítima é aquele submetido a qualquer tipo de constrangimento de natureza física ou emocional que implica em perdas materiais ou de qualquer outro tipo. A vítima não reconhece nenhuma contribuição de sua responsabilidade para a existência do constrangimento. Eles seriam aleatórios ou de exclusiva responsabilidade dos outros, mas nunca gerados pela vítima. NÃO HÁ ACASO
Ao aceitar essa ideia de vítima teríamos que aceitar a existência do acaso, ou seja, algo sem uma relação de causa-efeito, simplesmente as coisas aconteceriam de uma maneira estranha e sem origem conhecida. Corresponderia a uma grande anomalia dentro da criação de Deus, mas sabemos que sob todos os aspectos a Sua obra tem nas leis imutáveis uma direção segura. No campo material há as leis físicas, químicas e biológicas e tudo o que sucede nesse âmbito obedece à lógica impecável, capaz de estabelecer relações de causa-efeito e mostrar porque certas coisas acontecem e outras não. As Leis de Deus compreendem também o aspecto moral-espiritual, tudo que transcende a realidade material, aonde prevalecem as leis morais.
AS LEIS EM NOSSA VIDA
Como encarnados somos espíritos portadores de um corpo físico que possibilita a realização das experiências no plano material da vida. Nessa dimensão as leis físicas, químicas e biológicas determinam o contorno do que é possível e das consequenciais quando deixam de ser obedecidas. Além dessas leis, há as leis morais que orientam nossa vida quer como encarnados ou destituídos de corpo físico. Nas dimensões material e espiritual impera a relação de causa e efeito, não havendo espaço para acontecimentos fortuitos que o acaso pudesse explicá-los.
COLHER O QUE SEMEAR
Com a ausência do acaso não há como aceitar a ideia da existência de vítimas. Muitas vezes apresentamos pessoas nessa condição e dizemos: elas são inocentes, vítimas do destino, das pessoas e das circunstâncias. Isso é desconsiderar a lei de causa e efeito, também conhecida como lei de ação e reação, ensinada por Jesus ao dizer que a cada um será dado segundo as suas obras ou que colheremos tudo o que semearmos.
ORIENTAR EM VEZ DE PUNIR
A semeadura é voluntária, mas a colheita é obrigatória. Muitos veem nessa lei mais um propósito de punir e com isso limitam sua importância. Destacam as semeaduras equivocadas que resultam em colheitas de sofrimentos e constrangimentos. Porém a lei da semeadura expressa algo muito mais importante e grandioso que é a manifestação da Justiça Divina. A Justiça Divina permite dispormos de uma orientação segura quando percebemos o resultado de nossa semeadura. A colheita desagradável no lugar de punir indica a necessidade de buscar outras alternativas, ou seja, mudar nossas atitudes e comportamentos. A boa colheita, além de ser uma recompensa, assinala que o caminho trilhado é correto.
AS SEMENTES QUE PLANTAMOS
Aquilo que fazemos, falamos ou pensamos são as sementes que lançamos e que determinarão futuras colheitas. Talvez pudéssemos ficar com medo, uma vez que tudo que fazemos repercute em nossa vida. Se limitarmos a Lei às coisas erradas que fazemos é claro que seria algo assustador, mas não é assim porque a boa colheita também depende de nós. Certos de existir essa lei, o que iremos procurar semear? As boas sementes, com toda certeza. As sementes serão boas quando correspondem aos nossos atos, palavras e pensamentos que seguem os ensinamentos de amar o próximo e de fazer aos outros o mesmo que quer para si próprio. Teremos a nosso favor a possibilidade de conduzir e dar direção à vida no lugar de ficarmos expostos a um absurdo jogo do acaso em que as coisas acontecem sem que estejam relacionadas a qualquer responsabilidade, portanto, sem ligação ao que fizermos. Prevaleceria como opção colher na sorte ou no azar que seria a negação da Justiça Divina.
VISÃO QUE DIFICULTA A CONVIVÊNCIA
Essa visão de não sermos inteiramente responsáveis pela qualidade de nossa vida traz dificuldades nos relacionamentos. Quando as coisas não vão bem é comum atribuirmos a responsabilidade pelo transtorno para as pessoas à nossa volta como familiares, parceiras de trabalho e outras encontradas nos mais diferentes lugares e situações. Procuramos culpados por aquilo que aborrece. De outro lado, quando nos colocamos como dependentes dos outros para realizar nossos legítimos anseios de alegria, bem-estar e felicidade ficamos limitados ou totalmente impossibilitados de alcançar esses importantes propósitos. Nas duas situações estaremos em péssima condição por não podermos exercer nenhum controle sobre os resultados, sejam eles adequados ou não. Seríamos como folhas secas que caem das árvores e que o vento leva para qualquer parte. O que acontece nos relacionamentos quando incorporamos a visão de vítima e de dependência? Colocamos em ação um processo de cobrança que desgasta o convívio. A cobrança pode ir além daqueles que nos cercam e estendemos a exigência ao plano espiritual e a Deus para que cuidem de nossa vida e nos deem o que necessitamos.
DIFICULDADE PARA RECONHECER A LEI DA SEMEADURA
Há dificuldades para aceitar definitivamente que tudo aquilo que acontece em nossa vida é decorrência de nossa semeadura pela dificuldade de identificar, em muitas situações, relação direta entre o que fazemos e os resultados colhidos. Há mais facilidade de perceber isso em relação as nossas ações e ao que falamos, mas isso não fica muito claro com os pensamentos. Quando nos prendemos a certos pensamentos que se repetem, cria-se condição para reunir energias capazes de concretizá-los em questões materiais, emocionais e nos relacionamentos com pessoas. Outra dificuldade vem de que nem sempre a colheita se faz em tempo próximo da semeadura que pode ter ocorrido no passado recente ou remoto. Nas colheitas remotas, os que aceitam a reencarnação ensinam que a semeadura pode ter se dado em vidas anteriores.
RESPONSABILIDADE NO LUGAR DE CULPA
Ao aceitarmos inexistência de inocentes e vítimas será impróprio rotularmo-nos e os outros como culpados pelas coisas inadequadas que acontecem. O correto é assumir a responsabilidade por tudo que colhermos. Há importante diferença entre culpa e responsabilidade. Responsável é aquele que procurará reparar os resultados prejudiciais e também sentir-se merecedor pela boa colheita. Assumir a responsabilidade é considerar a totalidade dos resultados, sejam eles bons ou não. O culpado busca o castigo para libertar-se do sentimento que produz seu desconforto. Entende que a punição seja o recurso para concretizar esse propósito. Porém, isso não acontece porque só podemos restabelecer a harmonia quebrada quando há a reparação do dano feito. Dessa maneira é necessário abandonar a ideia de culpar-se ou de impor esse sentimento às pessoas. Porém é necessário aceitar que somos criaturas responsáveis. Podemos conduzir e orientar a própria vida. Com esse entendimento cabe-nos exercitar e colocar em prática o ensinamento de Jesus de amar o próximo como a nós mesmos. Assim lançaremos sementes que produzirão resultados positivos como nossa alegria e bem estar. Serão largos passos na direção da conquista do grande propósito da vida que é a felicidade. Quem é que não quer ser feliz, portanto uma forma de tomarmos essa direção é assumirmos a responsabilidade e em nenhuma circunstância assumir postura de vítima.
|