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03:50 O Espiritismo como conhecemos hoje só existe graças aos estudos e descobertas de Allan Kardec. Porém muitas pessoas, espíritas ou não, conhecem o Espiritismo, mas não seu codificador. Vamos saber mais sobre quem foi esta importante personalidade?
Retrato de Allan Kardec
Hippolyte Léon Denizard Rivail, foi um notável educador humanista ligado ao pensamento racional, responsável pela Codificação da Doutrina Espírita. Sob o pseudônimo Allan Kardec, codificou o Espiritismo, que conta hoje com 3,8 milhões de adeptos no Brasil*.
*com base no censo do IBGE de 2010.
Nasceu em uma família tradicional de magistrados e advogados e desde muito novo se interessou pelos estudos filosóficos e científicos. Ingressou na Escola de Pestalozzi na Suíça, onde aprendeu sobre seus métodos de ensino e virou um grande discípulo. Se formou, aos dezoito anos, em Ciências e Letras.
Após voltar à França trabalhou como tradutor, publicou um plano para o aperfeiçoamento do ensino público no país, casou-se com Amélie Gabrielle Boudet e virou professor, publicando diversas obras sobre educação. Ele dava cursos gratuitos de Química, Física e Anatomia em sua casa, enquanto lutava para uma maior democratização do ensino público francês.
Retrato de Amélie Gabrielle Boudet, esposa de Allan Kardec
Tudo começou quando Allan Kardec, se interessou pelo estudo do magnetismo e foi procurado para ajudar a observar um fenômeno que agitava a França no século dezenove, que eram as mesas girantes,com manifestações físicas como movimentação de objetos, ruídos incomuns e pancadas sem explicação aparente.
O fenômeno chamou a atenção de Hippolyte Léon Denizard Rivail, que foi em busca de respostas para a natureza do mundo invisível e passou a investigar e questionar: “Se há uma resposta inteligente há também um princípio inteligente”.
Imagem do filme Kardec, a História por Trás do Nome, de 2019, retratando o fenômeno das Mesas Girantes
A partir do aprofundamento nessas investigações das mesas girantes e do diálogo com os espíritos, descobriu que chegara a hora de uma revolução moral inevitável, grande o suficiente para transformar o mundo.
Para o desenvolvimento dessa missão e base de estudo, buscou critérios lógicos e coerentes a partir de uma visão racional, como cientista que era, seguindo uma metodologia de trabalho, coletando, selecionando e analisando criteriosamente as mensagens recebidas.
O resultado de observação e análise metódica, comparando as mensagens e as analisando sob o crivo da razão e do bom senso, bem como as organizando, resultou na publicação das obras que compõem as obras da codificação espírita e suas bases.
Hippolyte Léon Denizard Rivail teve contato com o espírito Zéfiro que disse que o conhecia em uma de suas vidas anteriores, onde viveu como sacerdote druida entre os celtas na antiga região da Gália, e que seu nome nesta encarnação anterior era Allan Kardec. Após esta revelação, Denizard adotou o pseudônimo de Allan Kardec, e assinou e publicou as obras que codificam o Espiritismo.
Ele tomou esta decisão, pois antes de ter contato com o Espiritismo, usou seu nome para assinar vários estudos baseados no trabalho de Johann Heinrich Pestalozzi, pioneiro da Reforma Educacional, e quis separar seus estudos de fenômenos espirituais dos seus estudos da ciência educacional.
Kardec recebeu uma missão do Espírito da Verdade. Este lhe disse que Kardec teria a tarefa de codificar o Espiritismo para que possa ir de conhecimento ao público, e que esta tarefa teria sucesso ou falharia, mas se ele não conseguisse cumpri-la outra pessoa tomaria seu lugar, pois era uma tarefa de suma importância.
Então Kardec dedicou-se a compilar e publicar todas as palavras ditadas pelos espíritos do Plano Superior contidas em vários cadernos, junto aos seus estudos, em uma obra chamada Livro dos Espíritos, no dia 18 de abril de 1857.
Quarta edição de O Livro dos Espíritos
Após o sucesso desta obra, Kardec continuou seus estudos espíritas publicando mensalmente a Revista Espírita e fundando a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Mais tarde, lançou mais quatro obras espíritas, que juntando-se ao Livro dos Espíritos, tornou-se o Pentateuco Espírita. Confira a ordem de lançamento:
Após sua desencarnação, outra obra também virou parte do Pentateuco Espírita, passando a ser conhecido como Obras Básicas do Espiritismo ou, simplesmente, Codificação Espírita:
Sexta edição de Obras Póstumas
Allan Kardec passou os anos finais de sua vida dedicado à divulgação e a defesa do Espiritismo entre os diversos simpatizantes e opositores, até que no dia 31 de março de 1869, retornou à pátria espiritual em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo.
Seu corpo físico está enterrado no cemitério de Père-Lachaise em Paris e, em meio a diversas personalidades famosas encontradas neste lugar, o túmulo de Kardec é um dos principais destinos de visita de brasileiros, visto que o Brasil é o país com maior número de adeptos ao Espiritismo no mundo.
Túmulo de Kardec no cemitério Père-Lachaise
De acordo com os ensinamentos dos Espíritos, a vida após a morte é algo mais simples do que se imagina, pois a vida espiritual está presente aqui no plano terrestre também. Os espíritos de luz estão constantemente do nosso lado, nos auxiliando.
A vida após a morte é o desprendimento da nossa vida material. Neste local será revelado quem nós realmente somos sem máscaras para disfarçar. Por conta disso é tão necessário cuidarmos de nosso espírito muito mais do que nossos bens, porque é somente ele que iremos levar para o plano espiritual.
Os relatos de André Luiz contidos nos livros de Chico Xavier nos mostram como estamos longe de compreender a imensidão no mundo espiritual e que a nossa vida após a morte depende de cada um de nós, nenhuma será igual a outra. Cada ser tem sua história e desafios para enfrentar, então ao desencarnar nos será apresentado a vida espiritual que somos merecedores.
Alguns vão para lugares onde irão ajudar ao próximo, outros ficarão em uma zona para se redimir, outros irão ao encontro de familiares e assim por diante. Não existe regra. Mas, uma coisa é certa: a vida espiritual existe! E é muito mais clara e verdadeira do que essa que vivemos agora.
Então, a vida que vamos ter após a morte depende do que estamos nos tornando, das atitudes que temos, dos nossos pensamentos, conhecimentos e bondade no coração. São essas as coisas que temos que empregar nossos esforços para aprimorar em nosso ser, para quando chegar o momento de irmos para o plano espiritual, estarmos dispostos a ajudar o próximo e não perder tempo se curando de coisas que podiam ser curadas aqui e agora.
Existem comunicações vindas do Plano Espiritual que contam que o espírito que conhecemos como Allan Kardec reencarnou em outros tempos como personalidades que impactaram a sua época. É importante ressaltar que somente algumas dessas reencarnações são confirmadas pela Espiritualidade Superior.
Conheça as encarnações anteriores de Hippolyte Léon Denizard Rivail:
Em 1860, Casimir Lieutaud, um professor francês exilado no Brasil pelo regime de Napoleão III, que era conhecedor das obras de Kardec na França, traduziu pela primeira vez uma obra espírita do codificador, Os Tempos São Chegados. Ainda na década de 1860, Teles de Menezes fundou o primeiro centro espírita do Brasil, o Grupo Familiar do Espiritismo localizado na Bahia, e iniciou a publicação da primeira revista espírita brasileira, O Eco do Além-Túmulo.
Apesar desta base que já tínhamos desde o século XIX e de, até mesmo, o estudo do Espiritismo ter sido aprovado pelo próprio imperador Pedro II, o Espiritismo ainda não era completamente aceito pela sociedade, sofrendo perseguições fundamentadas em leis escritas por futuros líderes do país.
Foi somente após o ano de 1946, com o fim do Estado Novo, que a Constituição Brasileira garantiu a liberdade religiosa no país. Nas décadas seguintes a este fato fundamental para a continuação do Espiritismo no Brasil, dois médiuns se destacaram por seus ensinamentos caridosos e atendimentos fraternos à população: Zé Arigó e Chico Xavier.
Chico Xavier no programa Pinga-Fogo
Mas um dos fatores mais importantes para a popularização do Espiritismo no Brasil foi a participação de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo, exibido pela TV Tupi na década de 70, que alcançou a maior audiência já registrada na história da TV brasileira.
Popularizaram-se, então, as rádios espíritas e das décadas seguintes até hoje, foram lançados diversos filmes e novelas com temáticas espíritas.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre o Codificador do Espiritismo, Allan Kardec?
Tem mais alguma dúvida? Mande-a nos comentários.
FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ |||
